
Steve Harris é um nome que há muitos anos fala por si só. Influência principal e direta por muitos baixistas (inclusive por este que vos escreve), é dono de uma identidade única e liderança inquestionável há mais de três décadas à frente do Iron Maiden, construiu uma sólida carreira também como compositor, detendo nada menos que 70% de todo o material fonográfico da Donzela de Ferro.
Autodidata, o então ainda Stephen Percy Harris se aventurava em compromissos musicais com músicos mais velhos, para adquirir experiência. Não demorou muito até perceber que o caminho correto era ter sua própria banda, com seus conceitos, com seu perfil. Visionário, imprimiu temas memoráveis em diversas canções, com harmônicos, power chords, galopadas com 2 dedos (sim, dois dedos e não três) e linhas independentes das guitarras gêmeas, porém sempre em simbiose com a bateria.
O resto é história. De “Iron Maiden” a “The book of souls” ele ainda está aí, com 61 anos e prometendo mais um disco (e possivelmente o último) de estúdio do Maiden. Nos resta aguardar os planos do British Lion, sua banda solo, que nos promete uma nova bolacha em 2018.
Sorte a nossa que o mundo do futebol, por um triz, não o levou. Up the Harris!
1 – The evil that men do (do álbum Seventh son of a seventh son – 1988)
Aqui, logo no começo da faixa, Steve Harris faz o preenchimento da base de maneira solitária (sem o suporte da guitarra base – enquanto a outra executa o tema principal da música) com power chords se baseando na escala de Em, passando por D e C – nesta sequência e depois “voltando” progressivamente. Atente-se com o tempo orientando-se com os ataques dos pratos da batera, sempre na cabeça de cada compasso.

2 – Rime of the ancient mariner (do álbum Powerslave – 1984)
A segunda música mais longa da história da banda tem belas nuances no baixo de Steve, e o tema abordado abaixo foi construído no tom de D, alternando com 5J, 4J e 3M, com essas três últimas notas uma oitava abaixo. É recomendável estudar este trecho com calma devido a notoriedade que apresenta, por ser em um momento de total destaque do contrabaixo.

3 – No more lies (do álbum Dance of Death – 2003)
Aqui temos um trecho que exemplifica uma tendência do baixista bem utilizada nos dias de hoje, que é o uso frequente de bases que alternam entre T e 5J, em forma de dedilhado, dando uma conotação mais épica à música e geralmente antecedendo a “explosão” da mesma que virá a seguir.
