Groovando
Tendência

De volta ao baile!

Feliz por voltar a escrever a coluna Groovando nesta nova fase da Cover Baixo. Vi a revista nascer in loco. Além de músico, sou jornalista e fui contratado em 2002 para colaborar na redação desta e de outras publicações da Editora HMP. Na época, o editor da revista era Régis Tadeu, e o diretor de redação, Carlos Mesquita, também conhecido como “O Chacal”.

Apesar da formação em Comunicação Social, minha atuação como músico profissional desde o final dos anos 1980 fez com que, até então, minha experiência com o jornalismo fosse limitada. E considero que foi justamente trabalhando ao lado desses senhores que realmente me tornei jornalista.

Como já era colaborador, escrevendo sobre black music nos encartes destinados ao contrabaixo inclusos na Cover Guitarra, foi-me oferecida uma coluna na Cover Baixo pelo saudoso editor técnico e mentor do projeto, Nilton Wood. A batizamos de “Groovando”.

Não imaginava tamanha receptividade. Fico feliz que os textos tenham inspirado tantos baixistas no Brasil. Até hoje, recebo mensagens de carinho por isso, o que muito me envaidece. Vale lembrar que, na época do lançamento, o YouTube nem existia.

Outro orgulho que tenho, além das colunas, são as entrevistas que fiz com lendas como Wilton Felder (Jackson 5, Barry White, Marvin Gaye), Robert “Kool” Bell (Kool and the Gang), Verdine White (Earth, Wind & Fire), entre tantos outros heróis da juventude. Destaco também a famosa matéria de capa sobre os 10 anos da morte de Bernard Edwards, a primeira matéria de capa dedicada ao gênio do Chic na história das publicações voltadas ao universo do contrabaixo. Isso não é pouca coisa.

Para esse reencontro, agora em um novo formato, em vídeo, escolhi falar sobre um tema baseado em duas perguntas que sempre escutei em workshops: “qual é a música que marca o nascimento do estilo conhecido como Disco Music?” Essa é fácil de responder. Já a questão sobre quando as famosas conduções em oitavas foram usadas pela primeira vez deu mais trabalho.

Isso se deve não apenas à escassez de informações nas fichas técnicas das gravações originais — muitas delas desaparecidas —, mas também à dificuldade de encontrar informações em fontes mais confiáveis.

De quebra, mantenho uma tradição de anos desta coluna: dar nomes aos baixistas que construíram a história do soul, funk e disco music. Nesta, em particular, cito Ron Baker, baixista, compositor e produtor da Philadelphia International Records e, posteriormente, da Salsoul Records. Outro personagem essencial é o infelizmente pouco conhecido Henry Davis, pioneiro na utilização das famosas conduções em oitavas no baixo. Apenas para complementar, Davis, além de baixista de estúdio da Motown, também era integrante do L.T.D., uma baita banda de funk da pesada.

Lógico que o groove sempre fica mais bacana quando a gente toca junto, né? Gostaria muito de saber de vocês quais temas, artistas ou curiosidades gostariam de ver por aqui. Aproveito para agradecer todo o carinho que recebi ao longo desses anos de vocês, que curtiam a coluna. Essa troca sempre foi o combustível deste espaço. Conto com vocês!

As transcrições dos trechos executados foram feitas pelo meu amigo fifas.bass

Bora pro baile?


Diana Ross – Love Hangover

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Jackson Five – Forever Came Today

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HarolBlue Notes – The Love I Lost

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Fernando Savaglia

Em mais de 40 anos de carreira trabalha ao lado de artistas como o norte americano Jimmy “Bo” Horne (em suas diversas turnês pelo Brasil desde 2010). Fez parte da banda Mo’ Jama que teve o primeiro álbum, Pulsação (indicado ao Grammy como Artista Revelação), lançado em 2002. Foi colunista das revistas Cover Baixo (2002 a 2010) e Bass Player Brasil (2012 a 2017). É autor do método Soul, Funk & Disco lançado em 2005 pela coleção Toque de Mestre.
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