Resenhas de Shows
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Resenha de Show – Riverside

RIVERSIDE 20TH ANNIVERSARY TOUR – CARIOCA CLUB | 15/05/22

Se eu pudesse pintar um quadro para sintetizar as sensações que o Riverside traz para mim, com certeza seria a de um ambiente aconchegante, com lareira, um bom chocolate quente, livros e um gato no colo. E claro, muito frio lá fora.

Quando fui escalado para cobrir o show dessa banda, a primeira coisa que me veio à mente foi a pergunta “como vou traduzir as emoções que eles imprimem em suas músicas”? Se você conhece o básico deles, deverá notas que as composições são lideradas por inúmeras camadas de efeitos, nuances e ambientações, mais ou menos como o Opeth, Rush, Pink Floyd, Steven Wilson, Anathema e até o Tool (com uma dose menor no quesito “transe”) fazem.

Ao chegar no Carioca Club, sou recebido por uma casa meia cheia, em um preguiçoso domingo friorento, mas que sem banda(s) de abertura e pontualmente às 19:00 horas, os polacos entram ao palco, sem mistérios ou suspenses.

Mariusz Duda e seu violão – deixando o baixo de lado!

Gostaria de aproveitar a oportunidade neste texto e resenhar de uma forma pouco usual que faço: desta vez, não vou detalhar música por música da apresentação (que foi o último show da turnê comemorativa dos 20 anos da banda), mas sim tentar passar à você, leitor, a satisfação audiovisual que foi o evento.

Foi um show baixo. Nada de volumes estridentes. O conforto que o som proporcionou foi agradável demais e harmonizou perfeitamente com a proposta do grupo. A escolha e ordem do setlist (inclusive com um curto momento acústico) foi responsável por criar uma espécie de “trajeto” para conduzir o show. Tudo muito bem timbrado, bem pensado e nada protocolado, o que é um alívio sem igual.

Apesar de Mariusz Duda ser aparentemente a força motriz do quarteto, todos ali merecem por igualdade seus destaques, já que a formação da banda é praticamente a mesma desde seu nascimento (com a exceção do “novato” guitarrista Maciej Meller). Não estou contanto o carismático tecladista Michał Łapaj, já que ele está na banda praticamente desde seu começo. Completando o time, o baterista Piotr Kozieradzki mostrou-se sólido e preciso como sempre, executando tudo o que a música pede.

Talvez os pontos mais peculiares da apresentação foi quando a banda dedicou a música “Towards the Blue Horizon” para seu falecido guitarrista Piotr Grudziński, que deixou este plano em 2016 e o curioso trecho de “Tico Tico no fubá” de Zequinha de Abreu durante o medley na música “Escalator Shrine”, que também dentre outras músicas, contou com o famoso tema de “Black Night”, do Deep Purple.

Ao fim de duas horas de apresentação com seu curto bis, os poloneses agradeceram a presença de todos, comentaram que ano que vem terá disco novo e que esperam retornar ao país para a vindoura tour.

Foi um show de carisma, de bom gosto e quem foi prestigiá-los, com certeza saiu com aquele largo sorriso no rosto. Eu pelo menos saí, já que conseguir pintar um quadro com a mente…


Agradecimentos ao Costábile Salzano – The Ultimate Music Press pelo credenciamento.
Resenha e fotos por Fábio Carito
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SET LIST
The Same River
#Addicted
Rainbow Box
Towards the Blue Horizon
Story of My Dream
Escalator Shrine
Time Travellers
Left Out
Egoist Hedonist
Second Life Syndrome

BIS
We Got Used to Us
02 Panic Room

Fabio Carito

Fabio Carito é baixista, letrista e compositor. Hoje, é integrante da banda alemã de Power Metal Metalium. Também é sideman de artistas como Tim “Ripper” Owens (Judas Priest/Iced Earth/Yngwie Malmsteen), Udo Dirkschneider (Accept/U.D.O), Roland Grapow (Helloween/Masterplan), Michael Vescera (Malmsteen/Loudness) e Leather Leone (Chastain/Solo), onde excursiona em territórios nacionais e internacionais. Também foi integrante da banda solo do vocalista Warrel Dane (Nevermore/Sanctuary/Solo) até seu falecimento em 2017. Possui mais de 30 trabalhos gravados por gravadoras como Century Media, Massacre Records, Wikimetal e um DVD instrucional lançado de forma independente. É colunista da Cover Baixo desde 2017.
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