Sobre

A Cover Baixo está de volta, agora em formato digital!
É com imensa alegria que anunciamos o retorno da Cover Baixo, a revista que marcou gerações de baixistas e se tornou referência no universo do contrabaixo. Agora, ela retorna adaptada aos novos tempos, mais acessível do que nunca e disponível na palma da sua mão.
Nesta nova fase, reunimos um time de colaboradores que combina a experiência de quem ajudou a construir nossa história com a energia e inovação de novas vozes da cena musical.
As colunas que você já conhece e ama estão de volta, repaginadas e com ainda mais conteúdo relevante:
Técnicas aprimoradas, análises de equipamentos, grooves históricos e tudo o que faz do baixo a alma da música.
E isso é só o começo! Nosso compromisso é entregar a você, baixista, um conteúdo rico, inspirador e conectado com a sua paixão.
Fique por dentro! Acesse nosso site e acompanhe nossas redes sociais para não perder nenhuma edição.
A Cover Baixo Digital é feita para todos que vivem o groove e sentem a música pulsar nas cordas.
Bem-vindo ao futuro da música baixista!
Ao mestre, com carinho.

Nilton Wood foi uma figura marcante no cenário musical brasileiro, especialmente entre os baixistas. Metódico, tratava o contrabaixo com uma abordagem formal e didática impressionante. Ao mesmo tempo, seu bom humor, aparentemente ingênuo, escondia altas doses de sarcasmo refinado.
Em 2002, sua paixão pela música ganhou ainda mais destaque com o lançamento de uma revista brasileira totalmente dedicada aos baixistas, um projeto inédito e de grande importância para a cena musical. A primeira edição da Cover Baixo, com Jaco Pastorius na capa, foi lançada em setembro daquele ano e contou com a obstinação de Nilton como editor técnico. Esse projeto representava um sonho realizado e consolidou seu papel como um dos grandes nomes da educação musical no Brasil.
Era um cronista nato e compartilhava histórias deliciosas. Entre elas, destacavam-se as experiências como contrabaixista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, onde enfrentou o preciosismo do maestro Eleazar de Carvalho. As reuniões de pauta em que participava também eram divertidíssimas. Quando ouvia algo que considerava um “impropério”, costumava reagir de forma teatral: fechava os olhos, suspirava profundamente e dizia, com tom dramático: “Senhor, perdoa-lhe, ele não sabe o que fala.”
Apaixonado por rock progressivo, Nilton era admirador de Yes, especialmente de Chris Squire. Por outro lado, nunca escondeu que um de seus heróis de juventude foi Dennis Dunaway, baixista de Alice Cooper. Como músico, dominava a técnica do tapping com desenvoltura e explorava timbres e texturas que lembravam o estilo de Michael Manring.
Era também conhecido por ser um verdadeiro cavalheiro, sensível às relações humanas e avesso à grosseria. Sua paciência e dedicação como professor formaram uma geração de baixistas em São Paulo, que o admiravam por seu carisma e sua hipersensibilidade.
Sempre preocupado com os outros, seu clássico “você está bem?” era uma demonstração genuína de cuidado, nunca uma simples formalidade.
Nilton Wood deixou um legado que vai muito além de sua música e trabalho editorial. Sua dedicação, criatividade e humanidade influenciaram colegas e alunos, e sua memória continua viva entre aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo.