
Fala pessoal, como vocês estão?
Hoje, gostaria de falar sobre uma profissão que apareceu em minha vida por acaso, e também quando nem sabia seu real significado.
Sideman, em tradução livre do inglês, significa “acompanhante”. Em termos gerais, nada mais é do que daquele músico que é contratado para apresentar-se (ou gravar) com um conjunto no qual o mesmo não faz parte, independente do estilo. No mundo do rock, talvez os casos mais famosos sejam de Jimmy Page, Bob Dylan e 3/4 dos Beatles, com exceção de Ringo Starr.
Aqui no Brasil é muito comum ver bandas inteiras acompanhando principalmente duplas sertanejas e cantores pop em carreira solo. Alguns desses, por exemplo, passam anos com determinado artista, devido tamanha confiança não só na hora de gravar. Citando novamente um exemplo internacional, é o caso da banda solo de Bruce Springsteen, onde alguns integrantes de seu grupo o acompanham a mais de trinta anos, seja em estúdio e/ou excursionando.
Para o leigo, o cidadão que liga sua TV e consome o programa musical, isso passa certeiramente despercebido, mas falemos agora do outro lado… Do lado daquele que vive essa experiência.
No último trimestre de 2013, recebo uma mensagem via Facebook de um antigo amigo guitarrista. Este, me conta que um determinado artista americano, em baixa na carreira, havia demonstrado interesse em fazer uma turnê celebrando seus hits. Para baratear custos de vistos e passagens aéreas, lhe foi oferecido uma banda de apoio brasileira, e o gringo bateu o martelo positivamente. E esse gringo era Warrel Dane, ex-vocalista da banda de Heavy Metal Nevermore.

Mal sabia eu que estava entrando silenciosamente no mundo das bandas de suporte para artistas já consagrados, mas que por algum motivo, estavam em um momento de reestruturação.
Resumindo a ópera, fiz um teste gravando um vídeo ao vivo de uma música de sua ex-banda e enviei através de seu contato, também brasileiro. Fui aprovado e entrei em desespero!
“Como falar inglês fluente em semanas? Como se portar perante um Rockstar? Será que ele vai criticar meu modo de tocar? Será que vai menosprezar meus equipamentos? Tenho idade para ser seu filho! Serei respeitado?
O prazo era curto. 3 meses até ele desembarcar no país para uma série de apresentações, todas já marcadas e com ingressos à venda. Em um instante, tudo havia mudado! Mídias sociais divulgando, gente em peso me adicionando, veículos impressos e virtuais querendo entrevistas e é claro, agora eu falava diretamente com o cara, de igual para igual.
Talvez, a parte mais legal (e irônica) da música é um dia você esbarrar com seus heróis da adolescência e fazer um som com ele(s). Você ter maturidade para mudar sua postura e ser respeitado, pois ao tocar com um dinossauro dos palcos, certamente ele não vai querer mais um fã ao lado. Agora, tudo muda… vocês são colegas de profissão!
Na próxima oportunidade, pretendo me aprofundar um pouco mais nessa linda história que tive (sim, tive) com o Warrel, e falar sobre a maravilhosa sensação de ser “efetivado” de sideman para membro fixo, mas vamos com calma porque isso também traz desvantagens!
Forte abraço, até breve!
Créditos na foto: Luciano Piantonni